30 de junho de 2011

a saudade

A 16 de Dezembro de 2005 escrevia-se assim:
É deprimente escrever sobre coisas ou pessoas das quais se tem saudades ou se sente falta. Por essa razão, não vou escrever este post
Mas hoje, mais que tudo, há vontade de escrever isto:

saudade
de ouvir as chaves a entrarem na porta de casa e do assobio a avisar que tinha chegado.
de o ver a ouvir ou ver algum concerto com gosto (e de sempre me dizer "ouve lá esta música!" e eu dizer "opah não quero.. Não gosto!" e ele sempre respondia: "aí que jagunça!! Ouve lá!!").
de comer uma refeição com ele e sermos sempre os últimos a acabar por partilharmos do mesmo "mal" - não conseguir comer e conversar ao mesmo tempo.
de o ouvir cantar a música "clássica" com um bebé ao colo (o meu irmão, as minhas sobrinhas e de certeza que a minha não seria excepção).
de o ver a limpar o aquário de água quente com tanto cuidado.
de o ouvir a cantar as músicas da praxe à guitarra (yesterday, house of the rising sun, you've got a friend, entre outras).
De o ouvir a inventar musicas no meu roland E-32 (oferecido por ele).
de quando planeávamos viajar a Goa.
dos carolos e dos beliscões (hoje entendo que era a sua maneira de mostrar afecto).
de o ver jogar durante largas horas ao pinball fantasies sem perder.
de ir com ele para o trabalho.
de andar com ele de carro e reparar sempre no mesmo tique: puxava a camisa para a frente na parte do ombro num jeito muito seu.
de conversar. Claro, de conversar... dos conselhos, da partilha das histórias da sua vida, dos episódios do dia-a-dia.
De algo tão simples como vermos um filme juntos ou uma série ou qualquer coisa na tv. havia sempre qualquer coisa para gozar (principalmente com os filmes do steven seagal - ainda hoje quando o vejo à porrada só me dá vontade de rir).
de o ver a fazer os trabalhos do Samuel com mais interesse que o próprio!
De comer codornizes fritas preparadas por ele.
de o ver a ver um jogo do Benfica e "gritar" golo como só ele conseguia: sussurava um simples "golo!"
De o apanhar por acaso na estação de campolide na hora de regresso a casa.
De o ouvir a cantar em karaokes e de nunca se ajeitar a seguir a letra pelo vídeo.

Simplesmente a saudade.
De olhar para os seus olhos,
retribuir o seu sorriso
e ouvir a sua voz.

27 de junho de 2011

o porquê de certas coisas

Aqui estou, enquanto vejo o baby first com a margarida (que já tem 11 meses, quase 12!... really?). Está a dar o homem dos balões (cuja letra do genérico diz o seguinte: "as mãos fazem magia, basta ele soprar") e eu estou a recuperar de uma diarreia que me fez beber água com farinha de madrugada e a comer arroz deslavado e clara de ovo cozido ao almoço.
E de repente, surgiram questões no ar, as quais já gostaria de ter respondido há muito tempo. Aqui vão elas, em tom de entrevista de uma revista qualquer.
RQ: Porque é que deixaste de escrever no blog?
RK: Bom, acho que essa pergunta é pertinente. Talvez pensei que eu já não servisse para isso de escrever... escrever com piada, ou com profundidade... whatever. Achei que a minha vida estava a tornar-se um pouco monótona e que não valia a pena escrever...
RQ: Mas agora que tiveste uma filha, é uma nova fase na tua vida... Não achas que é uma razão para voltar a escrever?
RK: Talvez seja... E se calhar mais tarde vou-me arrepender por não ter escrito mais sobre a gravidez e sobre a experiência de ter uma bebé... Mas realmente é relativo... Optei por viver mais a vida e não me preocupar em escrever sobre os dias que corriam, como fazia quando era adolescente.
RQ: Esta ideia de fazer as perguntas em tom de entrevista de uma revista qualquer foi um bocado triste não foi?
RK: Sim... foi... (risos) Mas começaste, agora acabas.
RQ: Certo. Não tenho mais perguntas. Talvez seja melhor acabar por aqui.
RK. Hm.

E com isto, repito uma vez mais. Mudei o template do blog (até quando...) e parece que é desta. A sério que quero escrever.

6 de junho de 2011

ensaio sobre o facebook

(é só mesmo um ensaio, não é nada de especial)

Irrita-me solenemente ler/ver certas coisas no facebook. Neste caso a irritação é um momento solene.

1. Pessoas que nunca ou quase nunca "aparecem no facebook" e que quando aparecem enchem o seu mural (e o meu) com 30 telediscos do youtube das suas músicas favoritas.

2. Pessoas que têm a necessidade de escrever quando é que acordaram, quando é que vão comer, quando é que estão cansadas, quando é que estão de férias, quando tempo falta para irem de férias e quando é que se vão deitar. E ilustram sempre com uma imagem retirada do google.

3. Pessoas que dão os parabéns ou fazem dedicatórias profundas a outras pessoas chegadas que até podem nem ter facebook. Na "vida real" nem sequer um telefonema lhes fizeram (casos verídicos).

4. Pessoas que jogam no facebook não me incomodam, basta eliminar todas as publicações do género.

Sou melhor que os outros? Não.
Sou susceptível de cair no mesmo erro um dia? Sim.