28 de julho de 2010

o prazo de validade

Há uns anos atrás, acompanhei os meus avós a uma consulta e nunca mais me esqueci do que o médico disse ao meu avô: "Todos nós temos um prazo de validade, não é verdade, Senhor Honório?"

É verdade. Custa-me admitir que sim, que é verdade que os velhos deixam de ser novos e acabam por sucumbir devido ao prazo de validade colocado cruamente no recipiente da sua vida.
O prazo da minha avó terminou ontem.
Frágil e pequena, não resistiu aos abanões físicos que a vida lhe pregou. E assim se foi, sem a minha despedida.
Hoje paro para pensar em tudo, em tudo o que vivi com ela e em tudo que agora se tornaram memórias.
...

Adeus *

20 de julho de 2010

Pós-parto

Será uma memória a reter até ao resto da minha vida:
as dores, a calma, a respiração, o apoio do mimo, a [minha] boa disposição e acima de tudo a vontade de ver a minha filha.
Muitos me perguntam como me aguentei sem epidural porque segundo muitas mulheres, as dores são insuportáveis e muito fortes. Encontrei a resposta uns dias depois do parto [11julho2010].
Durante esta gravidez, nada suplantou a dor que eu senti [e sinto] quando perdi o meu pai. Por essa razão, as dores de parto não me incomodaram. Tive que encontrar uma força interior que me permitisse ultrapassar o momento de forma calma e altruísta. E essa força deu-ma o meu pai, o avô da minha filha.